VI Workshop de Farmácia

Inovações Tecnológicas em Farmácia 1999 representou um marco na indústria farmacêutica nacional, com a aprovação da Lei dos Genéricos. Patentes vencidas tornaram públicos os princípios ativos de medicamentos de marca. Desde então, a renovação do acervo de medicamentos tornou-se uma necessidade à sobrevivência dos laboratórios farmacêuticos. Mas que inovação tecnológica é viável para a indústria nacional que se inicia nessa prática? A base da nossa política de apoio à pesquisa em universidades é tentar novas moléculas com atividade terapêutica, ao custo de ensaios clínicos complexos e cada vez mais onerosos. Porém, especialistas afirmam que é quase impensável uma empresa da magnitude das nossas ter experiência, capital e estrutura para bancar um medicamento com um novo princípio ativo. E é neste cenário que surge a inovação do "velho", através de procedimentos tecnológicos ao alcance das nossas indústrias. Há exemplos de que a busca de novo princípio ativo é substituída com vantagem por inovações que agregam melhorias e valor aos produtos e processos existentes. Exemplo disso é a Índia. Sem novo princípio ativo, os indianos se baseiam em inúmeras inovações e notadamente em novas sínteses de genéricos. A agregação de inovações tecnológicas é mais rápida, de menor risco e mais eficiente para a indústria emergente no cenário mundial. São novos processos de síntese, alterações estruturais de velhas moléculas, associações inteligentes de dois ou mais princípios ativos num único medicamento, novas apresentações farmacêuticas, novas formulações de medicamentos, aplicações, etc.
São os "japões" do século XXI melhorando as cópias. Será que o Brasil está pronto pra isso?
(Roberto Nicolsky)